Artista brasileiro em foco: Mario Carneiro*

Reconhecido como um dos maiores fotógrafos do Cinema Novo, Mario Carneiro foi um artista múltiplo. Com formação universitária em arquitetura, foi desenhista, gravurista, pintor e também cineasta. Em 1953, em seu aniversário de 23 anos, ganhou uma câmera Paillard Bolex 16 mm e nunca mais parou. Desde as experimentações da linguagem cinematográfica, com a realização de filmes amadores já na década de 1950, passando pelas filmagens domésticas de sua grande e alegre família, até os registros de momentos com os amigos do cinema, verificamos a sensibilidade de Mario com a plasticidade da imagem e seu cuidado em relação à luz, ao contraste e às tonalidades.

 

Neste programa, exibiremos a coleção completa de filmes domésticos e três filmes amadores de Mario Carneiro. Realizados em 16 mm e digitalizados recentemente, os 21 filmes estão divididos em duas sessões. A primeira apresenta seus dois filmes amadores rodados no início dos anos 1950 e os filmes domésticos feitos quando a família estava fora do Brasil, durante a temporada que  seu pai, o embaixador Paulo Carneiro, trabalhava na Europa. A segunda reúne os registros feitos entre a família e os amigos, tanto na cidade do Rio de Janeiro quanto na região serrana do Estado. Vemos o registro do casamento do cineasta Gustavo Dahl e da atriz Maria Lucia Dahl, filmado no estilo cinema-verdade; belas imagens da figurinista Marília Carneiro, esposa de Mario, e de suas filhas; e de expoentes do Cinema Novo, como os diretores Joaquim Pedro de Andrade, Leon Hirszman, Cacá Diegues, Zelito Vianna, entre outros, em momentos descontraídos com suas famílias.

 

Exibidos em conjunto, é possível perceber nesses filmes como a formação visual de Mario Carneiro em outros campos artísticos influenciou seu olhar no cinema. É uma oportunidade única de acompanhar a trajetória desse artista, um dos grandes personagens da cultura brasileira do século XX. 

 

Os arquivos digitais foram gentilmente cedidos por Beatriz Carneiro, a Biti, filha de Mario Carneiro e Marília Carneiro.

 

* sessão com recursos de audiodescrição

Programa 1

La sorcière de Crans

 

Filme amador de ficção realizado na região de Crans-Montana, na Suíça. Uma bruxa observa um jovem casal em idílio romântico. Depois que eles se despedem um do outro, a jovem é enfeitiçada pela bruxa e se transforma em uma flor. Aflitos com o acontecimento, o namorado e seus amigos recebem a ajuda de uma fada. Nos fotogramas finais, vemos o jovem Mario Carneiro sentado em uma cadeira improvisada de diretor de cinema. Os créditos iniciais informam as atuações de Maria, François, Beatris (irmã de Mario, que interpreta a jovem enfeitiçada), Marília, Michel e Cristiane, a direção de arte de Wladimir e a direção de Mario Carneiro. De data imprecisa, as filmagens provavelmente aconteceram em 1953, quando Mario ganhou uma câmera Paillard Bolex 16 mm de presente no seu aniversário de 23 anos, e vivia com a família na Europa, durante o período que Paulo Carneiro, seu pai, exerceu a função de embaixador do Brasil junto à UNESCO.

A bruxa de Crans

c. 1953, cor, silencioso, 3′00″

[Churrasco em Côrreas, Petrópolis]

 

Filmagens de um churrasco que reuniu familiares e amigos de Mario Carneiro em Côrreas, bairro da cidade de Petrópolis, na região serrana do Rio de Janeiro. O filme se inicia com um plano que mostra o seguinte texto rabiscado no chão: “Um churrasco barroco 11-2-61”. Imagens dos amigos e familiares de Mario conversando ao ar livre. Marília Carneiro, esposa de Mario, vestida de azul, brinca com um filhote de cachorro em seu colo. Um homem assa espetos de carne sobre a grelha da churrasqueira. Marília se junta a alguns amigos para jogar frescobol. Em seguida, vemos Mario jogando com Marília. No final do filme, Marília e um amigo fumam cigarros e caminham em direção a uma cachoeira.

c. 1961, cor, silencioso, 3′00″

[A cartomante e O beijo salvador]

 

Dois filmes de ficção amadores. No primeiro, um homem chega à casa de uma cartomante em busca de previsões sobre o seu futuro no amor. A cartomante lê sua mão, consulta uma bola de cristal e joga cartas. Diante das previsões negativas, o homem, descontente, ataca a cartomante. Na última imagem, dois atores do elenco, provavelmente composto de primos e amigos de Mario Carneiro, posam para a câmera. No filme seguinte, uma mulher é cobiçada por vários homens, enquanto outra, ao seu lado, observa a situação com inveja. Contrariada, ela se retira do ambiente e convence dois homens a matar a jovem. Em seguida, a jovem assassinada é ressuscitada por um beijo. Nas imagens finais, vemos o elenco posando para a câmera, entre eles, Paulo Carneiro e Beatris, pai e irmã de Mario, respectivamente. De data imprecisa, as filmagens aconteceram em meados da década de 1950, pois Mario começou a realizar seus filmes domésticos a partir de 1953, quando foi presenteado com uma câmera Paillard Bolex 16 mm no seu aniversário de 23 anos.

c. 1953-1958, pb, silencioso, 5′21″

[Ateliê de gravura em Paris]

 

 

Imagens de jovens produzindo gravuras em um ateliê, em Paris, França. Planos detalhes de gravuras e de utensílios e técnicas utilizadas durante a realização das obras. As filmagens destacam as atividades de duas jovens gravuristas, o trabalho de um homem que parece ser o professor do grupo, e o pintor, gravurista e desenhista brasileiro Jorge Mori, que também produz obras no local. Há tomadas externas do que aparenta ser a fachada do imóvel onde funciona o ateliê. De data imprecisa, as filmagens provavelmente aconteceram entre 1953, quando Mario ganhou uma câmera Paillard Bolex 16 mm de presente no seu aniversário de 23 anos, e 1958, final do longo período que Paulo Carneiro, seu pai, exerceu a função de embaixador do Brasil junto à UNESCO, na Europa.

c. 1953-1958, pb, silencioso, 2′01″

[Mario Carneiro e família em Crans-Montana]

 

 

O filme se inicia com um plano de Beatris, irmã de Mario Carneiro, e uma jovem, possivelmente uma prima, em um quarto de hotel em Crans-Montana, na Suíça. Em seguida, vemos uma ilustração em detalhe, indicando que se trata das filmagens da comemoração do aniversário de 52 anos de Paulo Carneiro, pai de Mario. Em uma varanda, Paulo Carneiro conversa com amigos, na companhia de sua esposa Corina de Lima e Silva, mãe de Mario, e de Beatris. Mario abraça e beija o pai, posando para a câmera. Entre os convidados, a família recebe o pintor, gravurista e desenhista brasileiro Jorge Mori. Mario mostra algumas de suas pinturas em um cavalete. Em seguida, vemos panorâmicas dos arredores, mostrando as casas da vizinhança e um rio. Mario, Beatris e algumas crianças passeiam pelos parques das redondezas. Os dois irmãos e os amigos encenam situações improvisadas para a câmera, como encontros casuais entre as caminhadas e um ataque de um homem a uma jovem, que logo em seguida é salva por um mocinho. Mario passeia de barco a remo pelo rio, com um amigo e, depois, com sua irmã. Imagens de Beatris praticando golfe. Em seguida, a vemos na companhia dos amigos, tomando sol em um jardim e brincando com um cachorro de estimação. Os pais de Mario se juntam aos mais jovens no jardim. Durante alguns segundos, Mario filma a si próprio, refletido no espelho, com sua câmera Paillard Bolex 16 mm. Depois, vemos Paulo Carneiro tomando café em um quarto. Em seguida, há registros de Beatris, seus pais e a jovem do início do filme passeando pelas ruas de Crans-Montana. O filme se encerra com imagens de Jorge Mori e Mario, na companhia de outra jovem, mostrando suas pinturas para a câmera.

1953, pb, silencioso, 10′22″

[Passeio na neve – Mont Blanc]

 

 

Diversas pessoas praticam esqui na neve, na parte francesa da região do maciço de Mont Blanc, nos Alpes. Vemos o pintor, gravurista e desenhista brasileiro Jorge Mori, amigo da família de Mario Carneiro, montando um tripé de câmera ao ar livre, na estação de esqui. Em seguida, no interior de um quarto de hotel, Beatris, irmã de Mario, e uma jovem, provavelmente sua prima, encenam um despertar matinal. Enquanto Beatris acorda com mais tranquilidade e disposição, a outra jovem resiste a sair da cama. Nas imagens seguintes, as duas são vistas passeando pela neve. No final, Mario filma a si próprio refletido no espelho, em um quarto. As filmagens foram realizadas no ano de 1954, como indica uma imagem presente em outro filme de Mario que também registra este mesmo passeio da família na estação de esqui da região de Mont Blanc.

1954, pb, silencioso, 1′21″

[Esqui e patinação na neve – Mont Blanc]

 

O filme se inicia com imagens do pintor, gravurista e desenhista brasileiro Jorge Mori, amigo da família de Mario Carneiro, passeando por uma cidade da parte francesa da região do maciço de Mont Blanc, nos Alpes. Vemos alguns planos das ruas da cidade, suas casas e seus habitantes. Uma sequência de imagens mostra crianças brincando, um homem pastoreando gado e alguns animais, como cachorros e aves. Em seguida, vemos Jorge Mori com um tripé de câmera e um grupo de pessoas com esquis seguindo para uma montanha. Esquiadores sobem a encosta com ajuda de um cabo de teleférico. Planos gerais da encosta mostram um grande número de pessoas praticando esqui. Alguns adultos e crianças deslizam pela neve com trenós. Imagens de Beatris, irmã de Mario, em um terraço com vista para as encostas das montanhas, cobertas de neve. Tomadas noturnas mostram alguns esquiadores deslizando pelas encostas. De volta às imagens diurnas, vemos uma jovem, provavelmente prima de Mario, carregando seu esqui em direção à montanha. Um amigo a ajuda a colocar seu par de esquis. Beatris e um amigo se juntam a eles e seguem para o alto da encosta. Imagens das duas jovens esquiando sobre a neve. Em seguida, elas brincam na neve. Planos gerais mostram um grupo de pessoas patinando na neve. Beatris e a jovem arriscam alguns movimentos com seus patins. Nos planos seguintes, vemos Mario patinando. Nas imagens finais, Beatris e os amigos bebem e descansam em espreguiçadeiras dispostas ao ar livre, com vista para a área de esqui. A partir de um jornal dobrado sobre uma mesa, é possível verificar que a filmagem ocorreu em fevereiro de 1954. O filme se encerra com a imagem de Mario, segurando um copo de bebida e interagindo com a câmera.  

1954, pb, silencioso, 11′32″

Programa 2

[Positivistas de Paris no túmulo de Auguste Comte - I]

 

Imagens da reunião de membros da Sociedade Positivista de Paris e seus familiares ao redor do túmulo do filósofo francês Auguste Comte, no cemitério Père-Lachaise, em Paris, França. Um homem discursa aos presentes, entre eles Paulo Carneiro, pai de Mario Carneiro e um dos responsáveis pela reforma e criação da Associação Internacional Casa de Augusto Comte, em Paris. Detalhes da lápide do túmulo de Auguste Comte. Paulo Carneiro também discursa para o grupo e, depois, deposita flores sobre a sepultura. Entre os presentes, estão Corina de Lima e Silva e Beatris, mãe e irmã de Mario, respectivamente. Em seguida, vemos a família de Mario e os demais membros do grupo saindo do cemitério Père-Lachaise. Nas próximas imagens, captadas em outro momento, Mario, em close-up, aparece sorrindo para a câmera. Em alguns fotogramas, é mostrada uma rápida animação cinematográfica feita com recortes de papel desenhados. O filme se encerra com um close-up de Mario. De data imprecisa, as filmagens provavelmente aconteceram entre 1953, quando Mario ganhou uma câmera Paillard Bolex 16 mm de presente no seu aniversário de 23 anos, e 1958, final do longo período que Paulo Carneiro exerceu a função de embaixador do Brasil junto à UNESCO, na Europa.   

1953-1958, cor, silencioso, 2′27″

[Positivistas de Paris no túmulo de Auguste Comte - II]

 

Imagens da reunião de membros da Sociedade Positivista de Paris e seus familiares ao redor do túmulo do filósofo francês Auguste Comte, no cemitério Père-Lachaise, em Paris, França. Planos detalhes da lápide e da placa dianteira da sepultura. Paulo Carneiro, pai de Mario Carneiro e um dos responsáveis pela reforma e criação da Associação Internacional Casa de Augusto Comte, em Paris, discursa aos presentes. Detalhes das flores depositadas sobre a sepultura. Vemos os homens e mulheres do grupo posando para a câmera. Em seguida, imagens da família de Mario à saída do cemitério: Corina de Lima e Silva, sua mãe, e Beatris, sua irmã, acompanhadas de um homem e uma jovem, provavelmente sua prima. Nas imagens seguintes, filmadas em um momento posterior, vemos este mesmo grupo visitando um pasto onde há um rebanho de carneiros e ovelhas, pastoreado por um cachorro. De data imprecisa, as filmagens provavelmente aconteceram entre 1953, quando Mario ganhou uma câmera Paillard Bolex 16 mm de presente no seu aniversário de 23 anos, e 1958, final do longo período que Paulo Carneiro exerceu a função de embaixador do Brasil junto à UNESCO, na Europa.

1953-1958, pb, silencioso, 2′55″

[Viagem à Grécia] – título atribuído

 

Imagens realizadas por Mario Carneiro durante a visita de sua família à Acrópole, em Atenas, na Grécia. No início do filme, vemos planos gerais do Teatro de Dionísio. Sarah de Castro Barbosa, então namorada de Mario, é filmada caminhando pelo palco do teatro e seus arredores. Em seguida, são mostrados detalhes arquitetônicos do teatro e imagens de uma gruta com objetos da liturgia cristã. Depois, vemos Corina de Lima e Silva, mãe de Mario, caminhando entre as colunas do Propileu. Planos gerais mostram o Erecteion, com o Pórtico das Donzelas, e o Paternon. Sarah e Corina observam os arredores, enquanto consultam o que parece ser um guia do local. Planos gerais do Paternon e da cidade de Atenas vista desde a Acrópole, ao entardecer. Na sequência, vemos imagens da família de Mario durante um passeio de barco. Além de Corina e Sarah, está também presente Paulo Carneiro, seu pai. A embarcação navega próxima à costa de uma cidade grega. Imagens das pessoas e fachadas das casas da cidade costeira, em um dia ensolarado. Depois, já desembarcados, vemos Paulo Carneiro observando a cidade. Em seguida, Paulo, Corina e Sarah tomam um lanche em uma mesa ao ar livre. Em um rápido plano, vemos Mario, vestido de preto, posando para a câmera ao lado da mãe e de Sarah. Imagens de Corina e Sarah caminhando pelas ruas da cidade. No final, vemos novamente Paulo e Corina na Acrópole, posando para a câmera em frente à Calcoteca. De data imprecisa, as filmagens provavelmente aconteceram entre 1953, quando Mario ganhou uma câmera Paillard Bolex 16 mm de presente no seu aniversário de 23 anos, e 1958, final do longo período que Paulo Carneiro exerceu a função de embaixador do Brasil junto à UNESCO, na Europa.  

1953-1958, cor, silencioso, 11′23″

[Viagem a Veneza e Passeio em Châteaux Loire]

 

 

Dois filmes domésticos. No primeiro, vemos imagens realizadas durante uma viagem de Mario Carneiro a Veneza, na Itália. Plano geral mostra a Igreja do Redentor. Panorâmica da ilha de Giudecca, onde se localiza a igreja. Planos gerais das construções históricas da cidade. Em seguida, vemos imagens de fachadas de edifícios filmadas durante um passeio de gôndola pelos canais de Veneza, de pessoas caminhando nas ruas à beira do canal e de turistas navegando em outras gôndolas. No filme seguinte, vemos uma jovem e dois rapazes em um campo, às margens de uma estrada, e, depois, o mesmo grupo em uma viagem de carro. Registros de um passeio pela região dos castelos do Vale do Loire, na França. Nas imagens, Mario está acompanhado de uma mulher e um jovem, provavelmente sua tia e seu primo. Por meio de planos gerais e panorâmicas, a câmera mostra a fachada de um castelo a partir de diferentes ângulos, com seus jardins e a paisagem ao redor. No interior do castelo, turistas caminham por seus corredores. Homens pescam em barcos em um rio próximo ao castelo. De data imprecisa, as filmagens provavelmente aconteceram entre 1953, quando Mario ganhou uma câmera Paillard Bolex 16 mm de presente no seu aniversário de 23 anos, e 1958, final do longo período que Paulo Carneiro, seu pai, exerceu a função de embaixador do Brasil junto à UNESCO, na Europa.

1953-1958, cor, silencioso, 6′02″

[Reunião familiar na chácara da Gávea, Rio de Janeiro]

 

 

Filmagens realizadas na chácara da família de Mario Carneiro, localizada no bairro da Gávea, no Rio de Janeiro. Nas primeiras imagens, vemos Beatris, irmã de Mario, e Corina de Lima e Silva, sua mãe, sentadas ao lado de Maria Theodora Leal de Berredo Carneiro, avó paterna de Mario. Maria Theodora recebe beijos e cumprimentos de familiares e amigos, entre eles, Paulo Carneiro, seu filho e pai de Mario. Beatris dança com um jovem na sala. Alguns amigos posam e sorriem para a câmera, em close-up. Na área externa da casa, vemos adultos e crianças, que brincam com espadas de madeira. De data imprecisa, as filmagens provavelmente aconteceram entre 1953, quando Mario ganhou uma câmera Paillard Bolex 16 mm de presente no seu aniversário de 23 anos, e 1956, ano do falecimento de Maria Theodora.

1953-1956, pb, silencioso, 2′59″

[Aniversário de 79 anos de Alice de Lima e Silva em Copacabana, Rio de Janeiro]

 

Filmagens realizadas durante a comemoração do 79º aniversário de Alice Lamego Costa de Lima e Silva, avó materna de Mario Carneiro. O filme se inicia com imagens de Alice descendo as escadas e rindo para a câmera, em close-up. Em seguida, vemos a aniversariante cercada por familiares e amigos, que cantam os parabéns ao redor da mesa, com o bolo de aniversário. Entre eles, sua filha Corina de Lima e Silva, mãe de Mario. Os convidados posam para a câmera ao redor de Alice, que ganha beijos dos netos Mario e Beatris, sua irmã. Convidados da festa se sentam ao lado de Alice. Imagens das empregadas da família na cozinha, que posam para a câmera. Vemos uma delas comendo uma fatia do bolo de aniversário e outra segurando um cachorro de estimação no colo. Amigos e familiares conversam na sala e posam para a câmera.

1954, pb, silencioso, 2′53″

[Aniversário de 80 anos de Alice de Lima e Silva em Copacabana, Rio de Janeiro]

 

Imagens da festa de aniversário de 80 anos de Alice Lamego Costa de Lima e Silva, avó materna de Mario Carneiro. A primeira imagem mostra Alice sorridente, sentada em uma cadeira, posando para a câmera. Em seguida, vemos alguns convidados se servindo da comida posta à mesa. Nas imagens seguintes, Alice recebe um beijo de sua filha Corina de Lima e Silva, mãe de Mario. Um bolo de aniversário é trazido para a sala. A aniversariante, cercada pelos convidados, apaga as velinhas e corta a primeira fatia. Entre os presentes, vemos Beatris, irmã de Mario, recebendo beijos de um jovem e cumprimentos de um homem mais velho. Imagens dos convidados comendo o bolo de aniversário. Em seguida, Mario abraça e beija sua avó. Nas imagens finais, Alice recebe um abraço de Corina e de mais duas mulheres, muito provavelmente suas outras filhas. 

1955, pb, silencioso, 2′50″

[Aniversário de 53 anos de Paulo Carneiro]

 

Filmagens realizadas durante a comemoração do 53º aniversário de Paulo Carneiro, pai de Mario Carneiro. No início do filme, vemos dois fantoches manipulados segurando uma cartolina ilustrada, com o texto “Paulo Carneiro 53”. Em seguida, imagens de Paulo, na área externa de uma residência, ao lado de Maria Theodora Leal de Berredo Carneiro, sua mãe, e ao fundo, Corina de Lima e Silva, sua esposa e mãe de Mario. Maria Theodora recebe uma flor de um menino, provavelmente um neto ou binesto. Vários convidados, entre familiares e amigos, saem da casa em direção ao jardim, posando e sorrindo para a câmera, entre eles Beatris, irmã de Mario. Ao final deste trecho, vemos Mario ao lado dos pais e da irmã, posando para a câmera. Nas imagens seguintes, Paulo está sentado à mesa de jantar, ao lado de sua mãe e de outros convidados. Uma jovem toca acordeon. Em seguida, imagens em velocidade acelerada mostram algumas pessoas, entre elas Beatris e algumas crianças, comendo e saboreando o bolo. Paulo e Maria Theodora brindam com suas taças. O filme se encerra mostrando novamente o teatrinho de fantoches.

1954, pb, silencioso, 2′13″

[Cães em Itaipava]

 

Imagens dos cães de estimação da família de Mario Carneiro, filmadas na residência de Trajano Bruno, tio de Mario, no município de Itaipava, Rio de Janeiro. O cão, da raça galgo miniatura, vestido de colete, corre da sala até a entrada da casa para receber duas mulheres que chegam. Depois, circula pelo jardim na companhia de Beatris, irmã de Mario. Beatris sai de carro com uma amiga, levando o cachorro consigo, no colo. Em seguida, vemos Corina de Lima e Silva, mãe de Mario, carregando o cachorro nos braços para dentro de casa. Nas imagens seguintes, Marília Carneiro, mulher de Mario, também carrega um cãozinho, que pode ser outro galgo miniatura da casa, pois está vestido com um colete de cor diferente. Ao final, vemos Marília junto com amigos na escada da varanda da casa, na companhia de Corina. As filmagens aconteceram provavelmente no início da década de 1960.

c.1960-1962, cor, silencioso, 2′50″

[Marília Carneiro e amigos na cachoeira, em Corrêas, Petrópolis]

 

Imagens de um grupo de amigos em uma cachoeira em Corrêas, em Petrópolis, na região serrana do Rio de Janeiro. Marília Carneiro, mulher de Mario Carneiro, de touca e de biquíni, toma banho de cachoeira. Em seguida, os amigos Maria Elisa Costa, filha do arquiteto e urbanista Lúcio Costa, e seu namorado Eduardo Sobral se juntam ao passeio. Imagens dos amigos nadando e tomando banho no rio. Na sequência, vemos Mario emergindo depois de um mergulho, com um cigarro aceso na mão. Mario e Marília se beijam e posam para a câmera. Depois, o designer gráfico Aloísio Magalhães canta e toca violão para os amigos. Pessoas se reúnem na varanda da casa. Imagens das muitas crianças presentes no local. Filmagens realizadas provavelmente em 1961.

c. 1961, cor, silencioso, 3′00″

[Gilda Bojunga e amigos na piscina em Côrreas, Petrópolis]

 

Imagens de Beatris, irmã de Mario Carneiro, ao lado de Corina de Lima e Silva, sua mãe, na piscina da então residência de Paulo Góes, atual pousada e restaurante Alcobaça, em Corrêas, Petrópolis, na região serrana do Rio. Em seguida, vemos as duas à beira da piscina na companhia de Gilda Bojunga, neta de Edgard Roquete-Pinto, e um amigo. Gilda e o amigo dançam no gramado, à beira da piscina, enquanto os demais presentes tomam banho de sol. Uma sequência de planos mostra os amigos conversando e posando para a câmera. Em um rápido trecho, vemos um jogo de vôlei no gramado da casa. O filme se encerra com um plano do cão de estimação da família, da raça galgo miniatura. Filmagens realizadas provavelmente em 1961.

c. 1961, cor, silencioso, 2′19″

[Casamento de Maria Lúcia Dahl e Gustavo Dahl]

 

Filmagens do casamento civil do cineasta Gustavo Dahl e da atriz Maria Lúcia Dahl, cunhada de Mario Carneiro. O casamento aconteceu no Rio de Janeiro, em um cartório de registro civil no bairro de Copacabana. No início do filme, a câmera acompanha Gustavo e Maria Lúcia entre os muitos presentes no salão do cartório. Vemos também Marília Carneiro, esposa de Mario, grávida de Maria Izabel, primeira filha do casal, ao lado de Cláudio Bojunga, neto de Edgard Roquette-Pinto, e Maria Helena Dutra, sua namorada à época. Entre os presentes, está o cineasta Paulo César Saraceni, que assina o livro do cartório, provavelmente como testemunha do casamento de Gustavo e Maria Lúcia.  

c. 1964, pb, silencioso, 2′58″

[Marília Carneiro e crianças no parque]

 

Imagens de Marília Carneiro, esposa de Mario Carneiro, passeando com suas duas filhas, Maria Izabel, a mais velha, e Beatriz, a mais nova, em um parque da cidade do Rio de Janeiro. As meninas brincam com outras crianças e, em alguns momentos, interagem com a câmera. Vemos um grupo de babás observando as crianças brincando. Marília, as filhas e outras crianças sorriem e posam para a câmera. As duas irmãs e uma amiga se divertem nos brinquedos do parquinho. Pelas idades que aparentam ter as duas filhas, ainda pequenas, as filmagens provavelmente ocorreram no final da década de 1960. No final deste filme, há imagens de uma outra filmagem. Um homem caminha pelo jardim de uma residência, fumando, e se deita em uma das espreguiçadeiras do local, para tomar sol.

c. 1968-1969, pb, silencioso, 3′29″

[Peça infantil no Parque Lage e Pingue-pongue do Cinema Novo]

 

No trecho inicial, vemos um filme que Mario Carneiro realizou, por volta de 1973, a partir de uma peça encenada pela turma da escola de sua filha mais velha, Maria Izabel, aluna da Escola Parque, no Rio de Janeiro. Nas imagens, captadas no Parque Lage, vemos também Beatriz, filha mais nova de Mario, vestindo uma cabeça de touro, e Fabrizia Alves Pinto, com figurino de bruxa, filha do cartunista Ziraldo. Em seguida, há cenas do grupo encenando a peça para uma plateia, majoritariamente infantil. As crianças, muitas delas figurinadas, sorriem e interagem com a câmera. Na sequência deste primeiro filme, estão os registros realizados na casa do cineasta Carlos Diegues, em Ipanema, Rio de Janeiro, captados provavelmente na mesma época das filmagens do Parque Lage. Adultos e crianças se divertem na área externa da casa, com destaque para alguns cineastas do Cinema Novo jogando pingue-pongue. Entre as crianças, está Alice de Andrade, filha do cineasta Joaquim Pedro de Andrade, descendo pelo escorregador. Mais adiante, vemos Beatriz também brincando no escorregador. Estão presentes os cineastas Zelito Viana, Arnaldo Jabor e Eduardo Escorel. Mario Carneiro e o cineasta Miguel Faria Jr jogam pingue-pongue. Maria Izabel e Beatriz aparecem novamente, brincando com outras crianças. Carlos Diegues, Leon Hirszman e Joaquim Pedro de Andrade jogam pingue-pongue. Em seguida, vemos Marília Alvim, mulher de Mario Carneiro à época, levando as crianças para tomar picolé. Marília filma Mario, acompanhado das duas filhas e de outras meninas, caminhando pela rua. Na sequência, vemos novamente os cineastas reunidos na área externa da casa, ao redor da mesa de pingue-pongue, com as crianças brincando. Ao final, Marília filma Mario, suas filhas e as outras meninas correndo e brincando pelo pátio da casa, enquanto interagem com a câmera. As irmãs Maria Izabel e Beatriz, juntas com Alice de Andrade e outra amiga, encenam passos de dança. 

 

c.1973, cor, silencioso, 13′24″